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| DOGOD No dia 23 de Outubro de 2004 a MARIONET completou quatro anos de existência. A sensação que nos fica ao pensar nisso é contraditória - parece pouco e parece muito. Quatro anos é a duração de alguns cursos universitários, é o período de governação para um governo eleito, é tempo mais que suficiente para um recém-nascido aprender a andar, a falar, começar a fazer amigos e encontrar um primeiro espaço no mundo. Parece pouco por tudo isto e também porque temos tanto que ainda pensamos fazer. Parece muito por tudo aquilo e também porque temos viva a sensação de tudo aquilo que já fizemos. DOGOD marca esta efeméride como uma síntese e uma ruptura. Provisoriamente intitulado durante mês e meio de "Coisas Que Caem Do Céu", este espectáculo parece, à primeira vista, romper com as várias vertentes do percurso que vínhamos traçando. Parece cair do céu. E cai, na verdade. Do céu que fomos criando ao longo da nossa existência. Começámos pelo céu, construímos um abrigo brilhante que agora usamos como inspiração para a nossa imaginação mais fantasiosa. As experiências que tivemos necessidade de viver até agora servem-nos de base para continuar a experimentar - DOGOD. |
BREVE HISTÓRIA DO ESPECTÁCULO
A história deste espectáculo vai-se construindo. Parte de um actor e de uma ideia e avança. Existe um paradoxo interessante nesta progressão: o espectáculo não existe inicialmente e vai surgindo a partir de ideias, experiências e sugestões, vai construindo o seu futuro, e ao mesmo tempo já tem um destino traçado como uma espécie de fatalidade. A história aqui é a dessa construção. Existem vários elementos que ocupam um determinado espaço num determinado momento - actor, som, luz, imagem - que são influenciados uns pelos outros, como que num ecossistema, mas que mantêm uma individualidade, uma vontade própria. O resultado destas interacções, o futuro deste ecossistema, é construído passo a passo, "frame" a "frame". Conseguiremos no palco um desenvolvimento sustentado para este ecossistema? Seja como for o destino já está traçado. Ou será que não? E a quem pertence? Confuso? Pois é... Só vendo, ouvindo, sentindo e pensando. Gostando. Ou não. Mas nunca, NUNCA, adormecendo. |
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