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| PORQUÊ "O NARIZ"? Um dos caminhos que a MARIONET desenvolve é o de trazer temas científicos para o teatro. Após uma primeira investida neste campo com o espectáculo Revolução dos Corpos Celestes, entendemos que este seria um bom momento para prosseguir essa aventura. À semelhança do que fizéramos nesse primeiro espectáculo, procurámos um parceiro na área da Ciência que aceitasse o desafio de colaborar num projecto comum. E encontrámo-lo logo à primeira - o Exploratório Infante D.Henrique. O tema do espectáculo foi sugerido, precisamente, pelo Exploratório, que então preparava, no âmbito da Capital da Cultura, uma exposição sobre o nariz e o sentido do olfacto. O cruzamento de referência teatrais e científicas principiou então, com o nosso Nariz a levar uma fagulha de inspiração do conto homónimo de Gogol, e fomos construindo o espectáculo, com o interesse entusiasmado de criar mais uma história "teatral" em torno de um tema científico. O resultado é este que vos apresentamos. Onde, a propósito da perda do olfacto de um homem, a Ciência interage com o Teatro e ambos descobrem a vida. |
BREVE HISTÓRIA DO ESPECTÁCULO
O Sr. Perfeito Amor tem a cara branca de espuma, e aguarda em silêncio a aproximação dos dedos do barbeiro, para o ritual do escanhoamento. Estranhamente uma comichão anormal na zona do nariz fá-lo mexer com desconforto na cadeira. O reflexo da lâmpada brilhante na lâmina da navalha a aproximar-se coincide com uma impressão absurda na cara e leva-o a fechar os olhos. Quando os volta a abrir, com o grito do barbeiro, segue o olhar deste, espantado, até à porta, onde vê o seu próprio nariz fugir para a rua movimentada. Este pesadelo do Sr. Perfeito Amor é o arranque para um dia invulgar em que descobre que perdeu o olfacto, e, com ele, todos os cheiros do mundo, e, em particular, o delicioso cheiro a Primavera da sua prometida Violeta. Desesperado pela enorme perda que sofreu, o Sr. Perfeito Amor procura descobrir as causas para a sua anosmia e, simultaneamente, encontrar uma solução, no que é surpreendido por duas personagens invulgares interessadas em resolver-lhe o problema, cada uma com os seus métodos particulares: a Ciência e o Teatro. A competição entre a Ciência e o Teatro que se estabelece no palco, ultrapassa, em determinados momentos, os limites do bom senso, e termina com a vitória desleal de um deles, que coloca então ao Sr. Perfeito Amor o maior dilema da sua vida. |
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